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Dia nacional de redução da mortalidade materna



A mortalidade materna configura uma das mais graves violações dos direitos humanos femininos, pelo principal motivo de ser uma tragédia evitável em 92% dos casos. Também é importante destacar que tais acontecimentos tem maior ocorrência em países em desenvolvimento como o Brasil. Dessa forma, deu-se a criação do “Dia nacional de redução da mortalidade materna”, com o principal objetivo de conscientização social, tanto a nível populacional, quanto profissional e estatal.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a morte materna é definida como: “a morte da mulher durante a gestação ou no período de até 42 dias após seu término, independente da duração ou localização da gravidez, por qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação, ou por medidas tomadas com relação à gestação, executando-se, porém, as causas acidentais ou incidentais”


De acordo com o ministério da saúde, de 1996 a 2018, foram registrados mais de 38 mil óbitos maternos, de forma que 67% destes correspondem às chamadas causas “diretas”, que são decorrentes de intervenções, omissões ou de tratamento incorreto, podendo se estender até mesmo a cadeia de eventos resultante destas causas. Já entre as causas “indiretas”, que resultam de doenças pré-existentes ou desenvolvidas durante a gravidez e que são agravadas com a gestação, podemos citar: Hipertensão, hemorragia, infecção puerperal e aborto.


Tais dados evidenciam a existência de falha por parte da saúde pública no Brasil, não apenas na falta de políticas eficientes de amparo para estas mulheres, mas também na execução errônea e incompleta da assistência durante a gestação destas pacientes. Uma vez que a grande parte destes problemas poderiam ser evitados, seja pela conduta dos profissionais envolvidos, ou por meio exames e de um pré-natal eficiente. Ferramentas estas que identificariam comorbidades e eventuais problemas que poderiam vir a desenvolver as complicações citadas acima.


Assim, dadas as estatísticas, também se faz necessário destacar o perfil das mulheres que mais sofrem com a mortalidade materna no Brasil. As mulheres de raça/cor preta totalizam cerca de 65% dos óbitos, enquanto mulheres com baixa escolaridade correspondem a um terço das mortes, isso sem mencionar as condições sociais das mesmas.


Dessa forma, ao identificar números, causas e perfis, podemos visualizar claramente as correlações entre estados socioeconômicos e saúde. Contudo, a coleta de dados é apenas o primeiro passo para a realização de políticas que contemplem esta parcela da população, a partir daí é necessário que o SUS saia do papel, e que a população, aliada aos gestores e profissionais, tenham voz ativa no processo de mudança. Só assim será possível atingir as tão necessárias transformações.

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